A identificação entre a cidade de Belém e a Martinica, uma capital ultramarina da França, localizada no Caribe, será apresentada e reforçada durante a “III Jornada de Gratidão aos Povos Negros”, promovida pela Prefeitura de Belém. A abertura foi realizada na noite desta quarta-feira, 8, no Palácio Antônio Lemos, e contou com apresentação cultural e palestra.
Este ano, a jornada vai firmar a irmandade entre Belém e Fort-de-France, capital da Martinica, através da memória de Frantz Fanon e Aimé Césaire, dois importantes intelectuais da negritude martinicana.
Com uma programação que segue até o dia 10 de maio, o evento mostrará a aproximação entre as cidades, na parte cultural e na maneira de viver da população.
Abertura
O primeiro dia da jornada foi marcado pela abertura, que contou com uma apresentação cultural do grupo Mairi dos Povos. O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, destacou a importância da unir culturas parecidas: “Feliz por este momento. Essa jornada dá uma força grande para a nossa relação, e que deve permanecer por muitos anos. É honroso falar da Martinica, eu sendo de um estado caribenho, que é o nosso”, explicou o gestor municipal.
A jornada também é promovida pela Aliança Francesa e pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e conta com a participação de uma delegação da Martinica, liderada por Michelle Monrose. Este ano, a jornada também celebra os 20 anos da irmandade entre a capital paraense e Fort-de-France, lembrou Michelle.
“Essa programação é resultado de uma história iniciada em 2004, quando foi assinado um acordo com a cidade de Belém, confirmando que somos povos irmãos”, disse a chefe da delegação martinicana.
A programação é uma iniciativa da Coordenadoria de Relações Internacionais da Prefeitura de Belém, com vistas ao estreitamento de laços entre povos negros unidos pela fraternidade em lutas sociais. Belém já celebrou a solidariedade com Cabo Verde e Guiné-Bissau, estabelecendo tratados de irmandade com as cidades de São Domingos, Tarrafal e Cachéu.
O evento encerrou com a palestra da professora da UFPA Lúcia Isabel Sílvia, que falou sobre o tema “Aimée Césaire e Franz Fanon: Negritude é libertação”. O célebre autor martinicano Aimée Césaire cunhou o termo “negritude” e lançou o movimento denominado “Grande Grito Negro”.
Participaram da mesa de abertura o vice-prefeito de Belém, Edilson Moura, o coordenador de Relações Internacionais de Belém, Luiz Arnaldo Campos, a presidente da Aliança Francesa-Belém, Jehane Jaabouti, e a representante da UFPA Isís Molinari.
Serviço
Na quinta-feira, 9, será realizada, das 20h às 21h40, uma sessão no Cine Líbero Luxardo, da Fundação Cultural do Pará, com a apresentação de dois episódios do documentário “Aimé Césaire, Uma Voz para a História” (1995) de Euzhan Palcy. A abertura será feita por Marco Antônio Moreira, da Associação dos Críticos de Cinema do Pará.
A “III Jornada de Gratidão aos Povos Negros” será encerrada às 18h de sexta-feira,10 , no Palácio Antônio Lemos, com as apresentações dos grupos Bèlè an Wout e Balé Folclórico da Amazônia.
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