Aberta em Belém a Plenária Anual do Fórum de Cidades Amazônicas

• Atualizado há 7 meses ago

A cerimônia de abertura da Plenária Anual de 2024 do Fórum das Cidades Amazônicas, realizada na manhã desta terça-feira, 16, no Palácio Antonio Lemos, contou com a presença do ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, e representantes de prefeituras de várias cidades da Amazônia Legal. Uma das agendas da Plenária é definir a entrada do Fórum como integrante da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica. 

Nos discursos de abertura do evento, as autoridades enfatizaram a dificuldade do mundo de entender a Amazônia como um espaço composto também por cidades de grande, médio e pequeno portes e de enxergar os moradores dessas cidades que, em geral, também são os primeiros a sentir os efeitos extremos do clima. 

Direitos dos amazônidas

“Só na Amazônia Brasileira vivem 28 milhões de amazônidas. Essas pessoas querem ter direito a um bom saneamento, boas escolas, saúde e lazer. Acho que o fundamental é que a gente discuta com o mundo, com as grandes economias, esses direitos do povo. Nós já estamos fazendo a nossa parte. O governo do presidente Lula tem combatido fortemente o desmatamento. Os dados que já tem sido apresentado pelo nosso governo são números importantes, a nossa meta é o desmatamento zero. Mas precisamos discutir fortemente a pauta das pessoas”, ressalta o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho. 

Ingresso na OTCA 

Desde a criação do Fórum das Cidades Amazônicas, em 2023, o diálogo com a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) era de extrema importância para promover maior integração e busca por recursos para os municípios participantes do Fórum. Ainda em 2023, a importância da entidade foi reconhecida pela cúpula de presidentes dos países da Amazônia, que recomendaram aos ministros de exterior de seus respectivos países a incorporação do Fórum à OTCA.

“A OTCA é uma organização que envolve oito países, é uma organização regional de cooperação. A importância de trazer o Fórum para a OTCA é que quando a gente fala em defesa da amazônia, a gente não está falando apenas da floresta, da biodiversidade, da maior reserva de água do planeta, nós estamos falando do bioma que contribui com o equilíbrio do clima do planeta”, explica a diretora-executiva da OTCA, Vanessa Grazziotin.

“Quem promove esse trabalho de garantia e conservação são as as pessoas que aqui vivem, nós temos pouquíssimas grandes cidades e uma maioria de pequenas cidades que não têm acesso ao financiamento. Inserir o Fórum das cidades à OTCA é inserir, com muita força, as pessoas e as cidades, independente do tamanho, nesse debate”, diz Vanessa Grazziotin.

Os variados grupos humanos espalhados pelas cidades amazônicas dos oito países, com suas características culturais diversas, se complementam em suas dinâmicas econômicas e culturais. Compor um Fórum com essa representatividade fortalece cada um.

“É uma honra ter participado desse momento histórico da criação do Fórum, ter sido, na primeira reunião, eleito presidente, tendo como vice-presidente, o peruano German Vladimor Chong de Mayanas. Essas riquezas das cidades, características de cada município, que, em suas diferenças, são amazônicas, então é, exatamente, a partir de cada realidade, fazer um plano de trabalho para entender de que modo as cidades podem cooperar entre si e de que modo as instituições, como bancos e outras instituições financiadoras, podem ajudar as cidades a desenvolver projetos sustentáveis e de desenvolvimento”, aponta o prefeito de Belém e presidente do Fórum das Cidades Amazônicas, Edmilson Rodrigues. 

Na cerimônia de abertura, outras nove cidades amazônicas assinaram o termo de adesão ao Fórum: Lethem, Guiana; Inírida, Colômbia; Lago Agrio, Equador; Letícia, Colômbia; Nieuwe Nickerie, Suriname; Palmas, Brasil; Pucallpa, Perú; São Gabriel da Cachoeira, Brasil; Tena, Equador. 
Agora, o Fórum é formado por 42 cidades, de oito países. 

Texto:

Márcia Lima

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