As plenárias distritais para instalação do Comitê Popular para Mudanças Climáticas de Belém iniciaram nesta quinta-feira, 4, pelo distrito de Mosqueiro. A iniciativa é da Prefeitura de Belém, junto à Secretaria Municipal de Administração (Semad)/ Escola de Gestão Pública e da Universidade Livre da Amazônia (Ulam) e Fórum Municipal sobre Mudanças Climáticas.
O debate popular foi na escola Padre Eduardo, reunindo os moradores da ilha para a preparação da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), que será em Belém no ano de 2025. A primeira reunião do Comitê será no dia 7 deste mês, na Baía do Sol, para planejamento de ações das comunidades.
O processo de construção popular para o evento do clima tem sido a marca do Fórum e da Prefeitura com Universidade Livre da Amazônia, que reúne mais de 200 organizações. Até o debate ocorrer em Mosqueiro, Ulam, conselheiros do Tá Selado, membros do Fórum e representantes da Agência Distrital da ilha mobilizaram as lideranças comunitárias para participarem da plenária, onde são discutidos problemas e soluções para enfrentamento às mudanças climáticas na ilha.
Segundo os moradores que participaram da plenária, entre os temas que mais afetam a população em relação às mudanças climáticas estão: coleta de resíduos, qualidade da água, mobilidade e transporte, saúde e saneamento, agricultura urbana e turismo.
Desde setembro de 2023, ocorre a construção de um processo de participação popular visando a elaboração de um plano municipal sobre mudanças climáticas para o município, a partir de plenárias para a escolha de representantes da sociedade civil, em reuniões de grupos de estudo e trabalho, seja em eventos de instituições de pesquisa, seja com realização de formações específicas sobre Mudanças Climáticas.
“O Fórum foi criado por determinação do prefeito Edmilson Rodrigues e vem se consolidando como um espaço genuinamente participativo com organizações sociais e indivíduos engajados no propósito de construir a maior e mais participativa Conferência das Nações Unidas sobre o clima, em 2025, a COP-30”, declarou o coordenador do Fórum Municipal sobre Mudanças Climáticas, Sérgio Brasão.
As regiões das ilhas de Belém são parte integrante da cidade e, na perspectiva de juntar esforços da Prefeitura, com ação formativa da Ulam e do Fórum para a COP-30, organizações locais, lideranças comunitárias, servidores públicos, ativistas ambientais, entre outros, participaram desse debate na ilha de Mosqueiro.
Entre as organizações presentes na plenária estava a Associação dos Pequenos Agricultores do Mari Mari (Apamm). Francy Soares e o Daniel Ferreira, membros da diretoria da Apamm, participaram da atividade com mais 15 membros. Para Daniel, o momento foi para garantir o direito à visibilidade da entidade.
“Mosqueiro tem agricultura familiar e a nossa associação tem mais de 85 lotes. Por isso, almejamos ser uma atividade reconhecida, visando linha de crédito para financiamentos públicos e privados para fazer crescer a nossa atividade. Em tempos de crise, a agricultura familiar que ajuda a combater a fome”, destacou a liderança da Apamm.
A Associação dos Pequenos agricultores de Mari Mari tem 12 anos de fundação. Raimundo Jorge da Vila avaliou o momento como histórico, sobretudo, para ser discutido o setor turístico, apontado como o maior potencial da ilha, mas que precisa de incentivos públicos para criação de cooperativas, para fomento da organização popular em torno de atividades como turismo gastronômico e ecológico, que podem gerar renda à população local e ao município.
Planejamento urbano e territorial e mudanças climáticas
Tecnicos da Ulam organizaram uma exposição de temas relevantes para o debate no território. A arquiteta Catarine Saunier apresentou o tema da COP, exemplos de soluções climáticas em outras cidades e países e alguns indicadores. Um momento que contou, ativamente, com relatos dos moradores e apresentação de propostas a serem incorporadas ao plano municipal sobre mudanças climáticas. Na opinião de Catarine, “essa participação dos moradores vai prosseguir para criação de mapas mais qualitativos sobre as problemáticas levantadas pela população e soluções a partir de suas práticas”.
Na plenária, a secretária-executiva do Fórum Municipal sobre Mudanças Climáticas, Marinor Brito, reforçou que a construção do Fórumé um espaço de conexão com a população para a COP-30 em Belém. “O papel do Fórum, da Universidade Livre da Amazônia é aglutinar pessoas, experiências, saberes, inteligências, soluções, diagnósticos, para prepararmos juntos um plano de ação climática com ampla participação social. Esse será o legado da Cop 30 em Belém”.
Segundo o coordenador adjunto da Ulam, Marco Carrera, representando na plenária a Secretária de Administração, Jurandir Novaes, é importante as lideranças permanecerem unidas para que participem das atividades de formação e de qualificação promovidas pela Prefeitura/Ulam e o Fórum Municipal sobre Mudanças Climáticas, com apoio da Agência Distrital de Mosqueiro para a comunidade até a COP-30.
O I Comitê sobre Mudanças Climáticas é formado pelos moradores de vários bairros: Péricles Trindade da Silva, Patiquara; Pai Mário Silva, Ilê Axé de Ogum; Cassandra Brito, do Posto do Sucurijuquara; Márcio, da Vila, Sheila Seabra, da Vila Deusa Magno; José, da comunidade da PA, Érica de Sousa, da Baía do Sol; Ruth Cardoso, da Baía do Sol; e Cleide Miranda dos Reis, bairro da Mangueira; Francy Soares, da Associação de Agricultores do Furo das Marinha.
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